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CEFET-MG

CEFET-MG participa de estudo sobre propriedades físicas e químicas das galáxias “Nuvens de Magalhães”

Quarta-feira, 1 de junho de 2022

As “Nuvens de Magalhães” são 2 galáxias (denominadas “Pequena Nuvem“ e “Grande Nuvem”) anãs, de formato irregular, que orbitam a nossa Via Láctea. A Grande Nuvem localiza-se a uma distância de 158 mil anos-luz da Terra, enquanto que a Pequena Nuvem localiza-se a cerca de 199 mil anos luz de distância (Figuras 1 e 2 a seguir). Ambas constituem um sistema que interage gravitacionalmente com a Via Láctea e que nos dá a oportunidade ímpar de estudarmos, com detalhe, populações estelares em ambientes externos à nossa galáxia. Isso nos permite esclarecer questionamentos do tipo: como as estrelas se formam em outras galáxias e como evoluem suas populações estelares? A resposta a esta pergunta nos permite ter uma compreensão mais detalhada do processo evolutivo das estrelas, galáxias e, portanto, do Universo como um todo.

Figura 1: mapa mostrando o plano da Via Láctea ao fundo e a estrutura de gás e poeira (na cor rosa) envolvendo as galáxias SMC (Small Magellanic Cloud, ou Pequena Nuvem de Magalhães) e LMC (Large Magellanic Cloud, ou Grande Nuvem de Magalhães), demarcadas no mapa. Outras estruturas também são indicadas. Fonte: Nidever et al. (2010).

 

Figura 2: Pequena (à direita) e Grande (a esquerda) Nuvens de Magalhães, como vistas no céu.

 

Em um estudo recente, intitulado “Ca II Triplet Spectroscopy of Small Magellanic Cloud Red Giants. VI. Analysis of chemical properties of the Main Body” e publicado no periódico europeu “Astronomy & Astrophysics“ (European Southern Observatory; qualis CAPES A1), foram utilizados dados astronômicos coletados no telescópio Gemini Sul (Cerro Pachón, Chile) para a análise da composição química de uma amostra de estrela gigantes vermelhas (estrelas evoluídas e com massa comparável à massa do Sol, mas que já esgotaram o estoque de Hidrogênio em seus núcleos) localizadas na Pequena Nuvem de Magalhães. Foram também analisados dados cinemáticos desses objetos.

Os dados coletados foram processados mediante algoritmos de tratamento dedicados desenvolvidos pelo professor Dr. Mateus Angelo (CEFET-Nepomuceno), o qual é membro externo do Observatório Gemini e do Laboratório Nacional de Astrofísica (Itajubá, Minas Gerais). O estudo apontou que, no caso de populações estelares com conteúdo químico mais rico, os objetos mais jovens tendem a apresentar abundância de elementos metálicos maior do que populações de maior idade. No caso de populações mais pobres quimicamente, essa tendência não foi observada.

O estudo publicado permite estabelecer vínculos observacionais importantes para modelos teóricos que têm como objetivo investigar a origem do sistema Via Láctea – Nuvens de Magalhães e prever sua evolução. Esse tipo de detalhamento é uma peça-chave para compreendermos os mecanismos que governam a evolução do Universo em larga escala.

Versão Completa do Artigo

 

Fonte e Texto: Mateus de Souza Angelo